Olá, o meu nome é Elsa Gonçalves Camaca, nasci a 17 de Outubro de 1997. Estive a estudar para ser técnica de enfermagem geral, mas infelizmente não consegui concluir o último ano devido aos obstáculos que enfrentei na vida.
Para além de estudar, também trabalhava, fazia teatro, cantava e envolvia-me noutras actividades. Sempre fui muito activa, cheia de sonhos e vontade de viver.
Infelizmente, tudo parou em 2020, quando fui surpreendida por uma doença que destruiu quase tudo na minha vida.
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Como tudo começou
Comecei por sentir dores muito fortes na coluna. Eram dores intensas que só aliviavam com medicação. Com o tempo, a dor foi piorando, e eu já não conseguia manter-me direita — tinha de estar sempre inclinada.
Mais tarde, comecei a sentir fraqueza nas pernas. Sentia-me cansada ao andar, as forças iam diminuindo até ao ponto em que deixei de conseguir caminhar. Fiquei completamente paralisada dos membros inferiores.
Fui ao hospital, e recomendaram-me que consultasse um neurologista. No entanto, até hoje, ainda não consegui esse acompanhamento. Fizeram-me exames como raio-X e TAC, mas não revelaram nada. Mais tarde, indicaram-me que fizesse uma ressonância magnética — exame difícil de realizar na minha província, por falta de condições técnicas.
Com a ajuda de uma pessoa, conseguimos ir até à capital e realizar o exame num hospital de referência. O resultado mostrou:
Problemas na medula óssea
Desvio na coluna
Veias que deixaram de funcionar correctamente (algumas já não funcionam)
Segundo os médicos, seria necessário fazer um transplante de veias, mas esse procedimento era raro e muito limitado. Havia uma lista de espera com apenas 10 vagas e, infelizmente, não fui incluída. Isso foi em 2022.
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A luta continua
Desde então, procurei outros tipos de tratamento — medicina natural, tradicional, massagens — mas só piorei. A doença trouxe outras complicações:
Fiquei sem conseguir urinar ou evacuar normalmente
Tive perdas de memória
Desenvolvi crises de pânico, sensibilidade a ruídos e problemas no coração (que, graças a Deus, têm estado mais controlados)
Já fiz vários exames novamente em hospitais de Benguela, mas não conseguem encontrar uma solução clara. Apenas recomendam repetir exames que não mostram nada.
Tive momentos em que, com tranquilidade, voltava a andar um pouco. Mas bastava um susto, uma tristeza, ou algum stress para voltar a cair. A última vez que caí… já não me levantei mais.
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A minha realidade hoje
Hoje, dependo totalmente de outra pessoa para viver — uma pessoa que também tem dificuldades. O meu pai nunca esteve presente na minha vida, e parte da minha família nunca quis saber de mim. Só a minha mãe tem estado sempre ao meu lado, a lutar sozinha para me dar de comer.
Já fui humilhada, agredida e até quase assassinada na antiga casa onde vivia. Já passei por situações de grande vergonha e dor. Mas não deixo de ter fé. Rezo todos os dias pela minha cura, por uma nova oportunidade de voltar a andar, a trabalhar, a ajudar em casa e a viver com dignidade.
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Como pode ajudar
Estou a fazer esta campanha para pedir ajuda no meu tratamento. Preciso de apoio para conseguir:
Repetir exames
Fazer acompanhamento especializado com um neurologista
Realizar, se possível, o transplante ou outro tratamento recomendado
Qualquer valor que puder doar será uma enorme ajuda. E, se não puder contribuir, por favor partilhe esta campanha com outras pessoas.
Agradeço do fundo do coração a todos os que leram a minha história e que me apoiam de alguma forma.
Com fé e esperança,
Elsa Gonçalves Camaca